Aula Prática no Laboratório (16.06.2014)
Centro de gravidade e equilíbrio
corporal
O equilíbrio corporal é hoje uma
das capacidades físicas mais estudas. Os estudos direcionados a esse tema buscam
identificar as causas dos desequilíbrios, a prevenção de quedas, às estratégias
de manutenção da postura e, a interação dos sistemas sensoriais envolvidos na estabilidade.
Uma das constatações desses autores está no fato de que diversos fatores podem
ser considerados como intervenientes na manutenção do equilíbrio corporal,
sendo um deles o centro de gravidade (CG) e/ou centro de massa do corpo (CM).
No corpo humano o CG coincide com o CM. O CM é o lugar geométrico de massas e,
portanto, independente de qualquer campo gravitacional, enquanto que, o CG é o ponto
de aplicação de vetor que representa o peso do corpo.
Muitos são os métodos utilizados para calcular
a posição do CG no corpo humano e diversos estudos propõem distintas maneiras
dessa mensuração. Segundo Caron, Faure e Breniére um método que pode ser utilizado
com boa precisão é o que utiliza plataformas de força e os resultados são
filtrados num filtro passa baixa chamado de LPF (low-pass filter). Porém,
segundo Lafond, Duarte e Prince que analisaram três métodos para essa análise,
os melhores métodos para a definição precisa da posição do CG são o método
cinemático (utilizando o CG de cada segmento corporal) e o método GLP
(zero-point-to-zero-point double integration technique) que se baseia na ideia
de que quando a oscilação muda de sentido esse será o ponto zero e logo, o CG
estará na mesma posição do centro de pressão. Já para Ferreira uma maneira
fácil e eficiente para mensurar o CG consiste de um método chamado de prancha
de reação, utilizado e destinado a situações estáticas, como posições ou
instantes, tendo o objetivo de identificar o plano de localização da projeção
do centro de gravidade dos indivíduos. Equilíbrio
corporal e as relações entre centro de gravidade.
Equilíbrio corporal e as relações
entre centro de gravidade
A oscilação corporal está
relacionada às correções que o corpo faz para manter a linha do CG dentro da
base de sustentação. Existe uma instabilidade constante do equilíbrio que pode
ser explicada por meio da altura do centro de gravidade e pela presença de uma base
de suporte relativamente pequena. O CG
está geralmente localizado alguns centímetros à frente da articulação
lombossacral, ao nível do quadril. A projeção do CG sobre a base de suporte determina
uma relação de estabilidade, cujos limites voluntários representam a base de
suporte funcional, ou seja, a região em que cada indivíduo pode deslocar seu CG
sem que seja necessário modificar a base ou recorrer a algum auxílio externo.
Considerando-se a contribuição dos fatores antropométricos e biomecânicos, a manutenção
desta posição exige, porém, um complexo sistema sensório-motor de controle, que
opera através de um conjunto de informações provenientes das aferências sensoriais,
produzindo respostas manifestadas pela atividade muscular para corrigir os
pequenos desvios do CG do corpo. Complementando essa consideração, Duarte
afirma que a estabilidade é alcançada gerando momentos de força sobre as
articulações do corpo para neutralizar o efeito da gravidade ou qualquer outra perturbação
em um processo continuo e dinâmico durante a permanência em determinada
postura. A relação da altura do CG é
descrita como possível causa de maiores oscilações em canoístas na posição
anatômica de referência em equilíbrio estático. Os autores afirmam que devido
ao trabalho muscular realizado a cada sessão de treinamento desta modalidade, ocorrem
maiores ganhos de massa muscular no seguimento superior do corpo dos canoístas
e assim, prejudicando a estabilidade, pois o fato de haver maiores quantidades
de massa muscular no seguimento superior altera o CG para cima, causando
maiores instabilidades.
Princípios da Estabilidade
- Base de Apoio
- Altura do CG
- Linha de Ação da Força Peso
- Massa
Fonte:
LEMOS LFC, TEIXEIRA CS, MOTA CB.
Uma revisão sobre centro de gravidade e equilíbrio corporal. R. bras. Ci. e Mov
2009;17(4):83-90.
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